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Restrições e reações: Sobre COVID-19 e as manifestações na Alemanha
18/01/2021
Daniel Oppermann
Ao longo do ano de 2020, a COVID-19 se tornou um fator dominante na política e mídia alemãs. As primeiras percepções dos representantes do governo declaradas em janeiro de 2020, de que o novo vírus seria de importância mínima, foram rapidamente substituídas por uma série de medidas para proteger a população do que foi então oficialmente declarado uma pandemia. No final de fevereiro de 2020, o Ministro da Saúde alemão Jens Spahn e o Ministro do Interior Horst Seehofer formaram o primeiro grupo de gerenciamento da crise para tratar dos desafios que estavam por vir. Quando medidas oficiais começaram a restringir direitos civis e forçaram as empresas a fechar temporariamente, movimentos de protesto apareceram em diferentes partes do país. Mobilizada através de campanhas online e canais de mídias sociais, parte da população da classe média alemã formou grupos de protesto e viajou pelo país para participar de um crescente número de eventos de protesto. Em agosto de 2020, a capital alemã, Berlim, se tornou o palco de manifestações políticas organizadas por grupos regionais e relativamente desconhecidos de indivíduos com agendas políticas diversas.
Aglomerações de até 40.000 cidadãos de diferentes origens ocorreram, nas quais os participantes se articulavam criticamente com relação às medidas políticas e legais tomadas pelo governo para tratar da crise causada pela COVID-19. O objetivo deste artigo é oferecer um panorama inicial desse movimento de protestos estabelecido recentemente que, em poucos meses, se desenvolveu de grupos regionais de protestos da classe média para um caso de monitoramento da agência de segurança doméstica alemã.